Durante toda a semana, a imprensa esportiva ressaltou que
cada partida do Campeonato Brasileiro vale 3 pontos. Seja a primeira do
campeonato, seja a última. Ressaltou, também, que vários times que estão
jogando a Libertadores estariam sobrecarregados, provavelmente perderiam pontos
nas primeiras partidas do Brasileirão. Seria uma ótima oportunidade para os
demais ganharem pontos que farão diferença no final da competição.
Ao que parece, essas informações passaram bem longe da Vila
Belmiro. O Campeão Paulista, cumprindo uma rotina estabelecida em 2006, deixou
de vencer seu primeiro jogo, jogou fora 2 pontos que certamente farão falta
mais para a frente.
Nosso time foi apático em campo, acomodou-se no 1x0 como se
tivesse a vitória garantida, ficou trocando bola quando deveria ir para cima do
adversário. Afinal, era o Campeão Paulista – com o time titular em campo, todos os jogadores descansados –
contra um Avaí que disputara um quadrangular para não cair na Segunda Divisão
de Santa Catarina.
Deu no que deu.
Jogar com raça é uma coisa rara no Santos. O Brasileirão não
é o Paulista, que sempre nos traz ilusões, que faz o time pensar que é melhor do que
é.
Isso acontece todos os anos, desde 2005.
Não adianta ter Robinho, Lucas Lima, Geuvânio, Ricardo
Oliveira, Gabigol, bons jogadores. É preciso raça, motivação, disputar cada
bola como se fosse a última. Ter esquema de jogo.
Com o técnico atual não vamos conseguir impor essa raça
nunca. Não é o seu perfil, não tem quilometragem, experiência, vivência. É
preciso impor-se sobre os jogadores – e Marcelo Fernandes não tem perfil para
isso. Subiu com o apoio dos jogadores, não pode ir para cima deles, ser duro, exigente.
Creio, inclusive, que não há clima para isso no Santos hoje,
pela fraqueza de sua diretoria e pela influência que os jogadores veteranos
exercem. Não se percebe comando de baixo para cima, mas sim um ambiente de
coexistência entre veteranos e diretores em que os primeiros acabam tendo a
última palavra.
Vamos perder Robinho, o único motivador do time, para a
seleção. E nem sabemos se o Milan vai concordar com sua permanência no Santos,
nem se o clube terá dinheiro para mantê-lo. Assim, desenha-se uma possível
perda pesada. E o que pode acontecer quando se abrir a janela de transferência
para a Europa?
Enfim, nossas perspectivas não são boas para mais um
Campeonato Brasileiro, uma disputa que exige um amplo plantel, fôlego e visão
estratégica.
Pelo jogo de hoje, se nada mudar, se um milagre não
acontecer, pintou o décimo colocado do campeonato brasileiro de 2015.
Tomara que eu queime a língua...
Serrano, não foi só a imprensa que salientou a importância dos jogos iniciais do certame, mas o próprio professor Marcelo Fernandes. Deu no que deu...
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