Santos FC

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domingo, 10 de novembro de 2013

O CONTRASTE ENTRE PASSADO E PRESENTE, QUE TAL UMA LOUCURA?

Fiquei emocionado, hoje, ao acordar, quando vi a Folha de São Paulo.
Como vocês também podem ver, nossos heróis bi-campeões mundiais  tiveram enorme destaque na primeira página do jornal. Lá estavam eles, felizes, brincalhões, como nos bons tempos em que brilhavam nos gramados do mundo, comemorando o cinquentenário da conquista do título consagrador de 1963 contra o Milan. No caderno de esportes, uma matéria de página dupla festejava a turma.


Aqui entre nós, só entre nós, meus olhos marejaram. Vieram mil lembranças daquela conquista, a maior da história do clube. Eu tinha 16 anos, fazia e faço parte de um geração privilegiada de torcedores de futebol.
A foto de Pelé nos braços de seus companheiros é um símbolo perfeito daquela época. O gênio do futebol pôde demonstrar todo o seu talento porque estava cercado por um time de primeira grandeza. Craques que tiveram longevidade no time do Santos, a começar pelo próprio Pelé, 18 anos de alvi-negro, Pepe, 15, só para citar dois.
No sábado, fui ao lançamento, aqui em São Paulo, do livro “Santos Futebol Clube x O Mundo”, de José Roberto Brandi dos Santos, que relata a vitoriosa e gloriosa aventura do alvi-negro da Vila Belmiro contra rivais de 80 países, num total de 750 partidas e 37 títulos internacionais, entre os quais 2 Libertadores e dois mundiais interclubes, um deles completando amanhã, 11, 50 anos. É um levantamento que vai até 1970, 4 anos antes de Pelé parar.
Lembrei ao José Roberto um fato fundamental, não referido no livro: a enorme série de jogos internacionais, as excursões que o Santos fazia todos os anos, foram fonte importantíssima de recursos para manter um time vitorioso por cerca de 20 anos e Pelé por 18, assim como Pepe, Zito e outros.
Eram outros tempos, os jogadores não ganhavam fortunas milionárias, nossos craques ficavam no Brasil, nossos campeonatos eram os melhores do mundo. E o Santos reinava, soberano.
Minhas doces lembranças, contudo, foram logo contrastadas por um choque de realidade atual.


O Estado de S. Paulo, deste domingo, abriu de alto a baixo na capa de seu Caderno de Esportes, sob do título Encantado, uma foto de Neymar, no Barcelona, abraçado com Messi.
Pois é, nos dias de hoje, nossas estrelas não ficam, se vão rapidamente. Nos deixam ótimas, mas poucas lembranças.
 Neymar até que durou 4 anos no time de cima do Santos, graças à criatividade e ousadia do nosso presidente Laor e sua diretoria, ousadia essa que nos levou à conquista da Libertadores e ao vice-campeonato mundial. Quase chegamos ao mesmo título conquistado por Pelé e Cia.
Mas foi impossível segurar Neymar por mais tempo. Não só porque não há mais espaço para fazer dinheiro com excursões, mas também porque os jogadores querem se projetar onde hoje se pratica o melhor futebol  e estão os grandes salários – e aqui não há como pagá-los para um time inteiro.
Depois dos 18 anos de Pelé, o Santos voou baixo, e depois dos rápidos lampejos de 78 e 84, só começou a se recuperar na década de 90.
Depois dos 4 anos de Neymar, e Ganso também, o Santos voltou a voar baixo. Na verdade, a queda começou quando o craque ainda estava na equipe, por não ter um time que o respaldasse.
O Santos, agora, procura um novo caminho.
Será fácil?

Em entrevista à A Tribuna de Santos, o novo superintendente de Esportes do Santos, André Zanotta, não é otimista: “Se a gente pudesse, traria grandes nomes. Mas a realidade é outra”. Qual é a realidade? “A gente espera que tenha patrocínio (master). Tem outras receitas, mas a gente trabalha em um cenário mais conservador, sempre mantendo uma política de não fazer loucura”.
Zanotta está sendo realista ou esconde o jogo? O tempo dirá.
Zanotta também disse que o time está dando prioridade para a contratação de um atacante e um meia.
Atacante, como foi mostrado hoje no jogo contra o Vasco, é o que o Santos mais precisa. Nossos dois gols foram feitas por um lateral direito e por um zagueiro.
Nosso ataque foi uma nulidade. William José não fez uma jogada perigosa. Geovanio está no nível dos atacantes que vêm da base, corre, corre, corre e não produz nada efetivo. Jogou o nosso terceiro gol fora com um chute incompreensível quando tinha 3 companheiros em posição de marcar e garantir a vitória.
Mais um jogo na mão, em que entregamos o empate.
Será que não é melhor fazer uma loucura para 2014?

Um comentário:

  1. Sim!
    Um fato novo! Uma loucura!
    Porém, com um projeto inteligente, criativo e cativante por trás.
    É preciso unir as melhores cabeças santistas para obter isso.
    É preciso trabalhar nessa direção, inclusive com perspectivas mais a longo prazo.
    Perspectivas políticas e de gestão também.
    Volto a pensar que o Bielsa seria importante para implementar uma "loucura"!
    Abraços

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