Vinha pensando,
nestas últimas semanas, em que termos retomar as conversas com os leitores do blog,
depois de um longo silêncio em que me limitei a observar os movimentos e as decisões
do atual Comitê de Gestão.
Nada havia
de novo a ser dito, desde que postei meu último texto. Aguardava as
contratações para o time de 2014 (que, ao que tudo indica, ainda não acabaram)
para analisar o que pode ser o próximo ano para o Santos, tanto do ponto de
vista futebolístico quanto político – afinal haverá eleições no clube em
dezembro.
Mas, fomos surpreendidos, todos os santistas, pela extemporânea entrevista
de Laor, o presidente licenciado, à ESPN. Se uma entrevista pode ser infeliz,
essa foi muito mais que infeliz.
Foi desestabilizadora,
um petardo dirigido contra o atual Comitê de Gestão.
Uma defesa
surpreendente – e, para mim, incabível – de funcionários (alguns conselheiros) afastados nos últimos meses, que explicitou
que Laor é porta voz de um grupo que teve seus interesses contrariados e quer
retomar seu espaço.
É preciso
registrar, também, o súbito surgimento, na mídia, de notas e matérias críticas
a Renato Duprat representante do grupo Doyen, no Brasil, que bancou a vinda de
Leandro Damião para o clube. Seu
passado junto à MSI ex-parceira mal sucedida e problemática do Corinthians, foi
lembrado do nada.
Sem entrar
no mérito, no momento, de sua aproximação com o Santos, não é curiosa essa
súbita onda contra Duprat? Ou é contra o atual CG? Ou alguém vai perder espaço?
Ao longo de
2013, dois fatos importantes marcaram a vida política do clube, com sérias consequências
para a vida do alvi-negro da Vila Belmiro.
Os problemas
de saúde de Laor se agravaram, prejudicando a sua atuação administrativa. E a
frente política que ganhou a eleições de 2009 e 2011 fragmentou-se
definitivamente, concluindo um processo iniciado já em 2012.
Só que a
administração continuou a mesma, com muito tiroteio interno, o que só gerou
problemas e ineficiências. Só vou citar dois e graves: a falta de um
patrocinador master ao longo de todo o ano e a ausência de uma estratégia para
o time pós-Neymar.
Tenho para
mim, que o melhor que pode acontecer ao Santos em 2014 é a continuação da
administração do atual CG até o fim do ano.
Laor já
cumpriu sua missão, com acertos e erros, e faria o melhor para si
se cuidar da saúde, consolidar sua recuperação.
Paralelamente,
espero que a contratação de Vargas se confirme e Osvaldo de Oliveira consiga
dar um padrão tático eficiente ao time. Sem se preocupar com nenhum DNA
ofensivo, apenas em montar um time equilibrado, que se doe em campo e vença –
não importa por qual placar.
O desafio
atual é remontar o time com
tranquilidade, estabilizá-lo e partir para reformas administrativas que ainda
não decolaram.
Disputas por
espaço e poder só vão desestabilizar o Santos e comprometer seu futuro – que já
é difícil.
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