Esperava-se
no Santos, pelo que foi publicado na imprensa ao longo da semana, que o Corinthians
iria para cima de nosso time para superar o trauma da desclassificação na Copa
do Brasil.
Foi o que
aconteceu. Até os 35 minutos do primeiro tempo, o Corinthians marcou sob
pressão a saída de bola do Santos, repetindo seu esquema de sucesso no ano
passado.
Nesse
período, nas poucas vezes em que conseguiu chegar perto da área adversária, o
Santos não tinha atacantes para dar sequencia final às jogadas. Lá na frente só
tínhamos o Montillo, sozinho, sozinho, sem ter com quem jogar. Everton Costa e
William José nada faziam.
Mas, devido
ao esforço e ao calor da Morada do Sol, o Corinthians, com 1x0 a favor, perdeu
fôlego e nós crescemos, principalmente via Mena e Cicinho.
O scout do primeiro tempo deu posse de
bola de 50% para os dois times, mas a nossa foi absolutamente dispersa e
ineficiente. O volume de passes errados também era alarmante.
O cenário
era preocupante.
No segundo
tempo, nosso alvi-negro cresceu, o jogo ficou parelho, até mais favorável para
nós. Conseguíamos chegar com facilidade pelo lado direito deles, com boas
triangulações envolvendo Montillo e Mena, principalmente. Numa dessas,
empatamos por intermédio da grande revelação que é o zagueiro Gustavo Henrique.
Ele acreditou na jogada, se meteu na área e fez o empate.
Os dois
times poderiam ter feito o segundo gol. A trave nos salvou e o Everton Costa,
MEU DEUS!!!!!!!, nem vou falar mais nada...
Quem diria
que um Thiago Ribeiro faz falta ao time do Santos...
Ganhamos um
ponto ou perdemos dois?
Se era esperado
que o Corinthians viria para cima, deveríamos nós termos ido para cima deles logo
no começo do jogo para surpreender e inverter a lógica pré-determinada.
Tivemos uma
semana para treinar e dois dias para armar uma estratégia depois da
desclassificação do Corinthians na quarta-feira. Mas jogamos como sempre, sem
considerar que era um jogo especial, importante, em que uma vitória encheria de
gás o Santos para tentar chegar ao G4.
Do jeito que
foi, acho que ganhamos um ponto.
CEM ANOS DO CLÁSSICO
O
Corinthians ficou com o troféu pela disputa de cem anos do clássico, o mais
antigo de São Paulo. Não sei exatamente quais eram as regras, mas o time
paulistano ficou com a taça porque teve um cartão amarelo a menos, somados
todos os confrontos deste ano. Acho que foi isso. Se não foi, me corrijam.
O primeiro
jogo, cem anos atrás, em 1913, foi vencido pelo Santos por 6x3. Disputado pelo
Campeonato Paulista, aqui em São Paulo, no Parque Antárctica. Meu avô Ricardo
Pinto de Oliveira e meu tio-avô Arnaldo Silveira, jogaram pelo time do Santos.
A MORADA DO SOL
O estádio da
Ferroviária, em Araraquara, a terra da Morada do Sol, onde o clássico foi
disputado, chama-se Adhemar de Barros, ex-interventor e governador de São Paulo
e ex-prefeito da capital paulista, a quem primeiro se aplicou o epíteto de “rouba,
mas faz”.
Estive
algumas vezes nesse estádio, nos anos 60, acompanhando jogos do Santos contra a
Ferroviária, à época um time de peso médio, que complicava a vida dos grandes.
Revelou grandes jogadores, como Peixinho e Ismael, que atuaram no Santos, Bazzani,
no Corinthians e Dudu, no Palmeiras.
E viajava em
companhia de meu pai, Juan Manuel Serrano, que transportava em nossa Kombi Luxo
a equipe de esportes da Rádio Atlântica de Santos, comandada pelo lendário narrador
Ernani Franco. Meu pai e o diretor técnico
da equipe da Rádio Atlântica, Mário Maria Cardoso, eram rádio-amadores e daí
nasceu a parceria para as viagens nas andanças do Santos.
Em todas as
vezes que fui à Araraquara, eu tentava ficar no gramado, mas sempre aparecia um
fiscal da FPF e me tirava dali. O estádio tinha o mesmo formato atual, mas as
arquibancadas eram de madeira, não tinha as cadeiras nem a cobertura atual, que
são produto de uma reforma recente.
Bons tempos
aqueles, de Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe.
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