ANGÚSTIAS QUE ME PASSAM PELA CABEÇA

Eu gostaria de ir dormir sem ter que escrever neste blog. 

Honestamente, não sei o que dizer depois de tudo o que já escrevi depois que começou esta infeliz fase do Santos. 

É duro ouvir o comentarista da TV dizer que "o Santos valorizou a vitória do Atlético".  

É um típico comentário que cabe para time pequeno que joga contra os grandes.

O Santos, pelo menos, correu e lutou dentro de campo, foi guerreiro, mas seus jogadores mais elogiados foram Adriano, marcando Ronaldinho, e Arouca, na sua função de destruidor, não a de armador. 

Do meio para a frente, nada aconteceu. Minha mulher, Maria Helena, até se surpreendeu quando descobriu que Felipe Anderson jogou.  

Bill deu razão aos que não entenderam sua contratação. 

Registre-se que o jogo poderia ter sido 4x0, pois dois gols do Atlético foram mal anulados. 

Está certo que os próprios comentaristas fizeram questão de ressaltar que o Santos jogou sem 7 titulares, a saber: Neymar, PH Ganso, Rafael, Dracena, Durval, Fucile (?) e o centro-avante que, na verdade, não existe desde a saída do Borges e do Kardec. 

Tirando o Durval e o Dracena, as outras ausências já são antigas e responsáveis pela nossa falta de gols. A ausência dos dois zagueiros titulares, hoje, colaborou para que perdessemos e não empatássemos, o que seria um resultado menos ruim. 

A soma desses problemas evidencia a questão do planejamento do clube para 2012, que está no centro das falhas admitidas por Muricy e que acabou virando tema de debate público entre o técnico e o presidente Laor. 

Muricy falou sobre falta de planejamento na reposição de jogadores depois da penúltima partida, Laor contestou, dizendo que o técnico participou de todas as decisões e hoje nosso coach repetiu a sua tese. 

Espero que esse bate boca público não progrida e que tanto o presidente Laor quanto Muricy ajudem a reconstruir um ambiente positivo dentro do clube para que o caminho da vitória seja reencontrado, antes que seja tarde demais. É hora de conversar, resolver os problemas dentro de casa.  

Mas, não resisto a fazer uma observação. O Santos tentou repatriar Robinho e Diego e, segundo os dirigentes, as negociações bateram na trave.  

Fico especulando comigo mesmo: será que esse esforço era necessário?  

Primeiro, porque ficar repatriando os veteranos da equipe de 2002 é  investir no passado e não construir o futuro.

Segundo, o tempo e a energia que se perdeu nessas negociações poderia ter sido empregado para a contratação de jogadores eficientes, que viessem resolver os problemas do time de imediato. 

Outra questão que me assalta: será que o esforço (corretíssimo) feito no ano passado para a manutenção do Neymar e também do Ganso (este, por quanto fracassou) absorveu com tal intensidade as energias da direção, que não houve espaço para se pensar nas necessidades do resto do time?

Ainda mais considerando-se que para o gerenciamento do resto do time imperou o mandamento de “não gastar mais do que o arrecadado".

São angústias que passam pela minha cabeça, enquanto torço bravamente para que caminhos sejam encontrados para dar um ponto final a esta fase. 

A tempo de nos classificarmos para a Libertadores de 2013. 

Relembrando: esta crise está acontecendo depois de conquistarmos 5 títulos, inclusive o Tri da Libertadores, em apenas dois anos e meio. 

É muita coisa.  

Mas temos que olhar para a frente.