Cheguei ao
Brasil neste domingo pela manhã (e haja paciência para desembarcar em Cumbica)
e encontrei os jornais Folha de São Paulo e O Estado de São Paulo, que assino,
dando muito mais destaque ao jogo entre Real Madrid e Barcelona do que a Santos
e Palmeiras, que definiu a primeira colocação do Paulistinha. Na Folha, os três
articulistas esportivos dominicais, Kfouri, Tostão e PVC se concentraram no
clássico espanhol, deixando o paulista de lado.
Do ponto de
vista da importância mundial dos times e da qualidade dos jogadores,
brasileiros entre eles, a escolha dos jornais e colunistas foi correta. Mas,
para meu coração de torcedor brasileiro foi e é uma triste realidade.
Nos tempos
em que o futebol brasileiro estava entre os primeiros do mundo – anos 50,60,70 –
Santos e Palmeiras protagonizavam um clássico importantíssimo. De um lado, o
esquadrão liderado por Pelé, de outro o Palmeiras de Valdir, Romero e
Chinesinho, mais tarde Dudu e Ademir da Guia, eram jogaços. Foi nesse período
que cresci vendo futebol.
Há um
propaganda de uma cerveja em torno da próxima Copa do Mundo que diz que “o futebol está voltando para casa”
referindo-se ao fato da disputa ser no Brasil. Essa peça me irrita porque
falseia a triste situação do futebol e dos clubes brasileiros, meros
exportadores de craques que vão brilhar mundo a fora, nos condenando a assistir
campeonatos de segunda classe.
O Santos
tentou plantar uma semente de transformação desse triste quadro com a esticada
da permanência de Neymar no Brasil, que acabou de forma melancólica. Nenhum time copiou a
iniciativa e boa parte da imprensa fez pressão para ele ir logo embora para a
Europa, para se aclimatar ao futebol lá disputado e render mais na Seleção
durante a Copa.
Diga-se de
passagem, Neymar é hoje coadjuvante no Barcelona, fica frequentemente no banco
e quando joga deixa muito a desejar. O fato é que na Europa se joga um futebol
muito diferente do que se pratica aqui, mais dinâmico, de marcação cerrada, troca rápida de
bolas, etc,etc. Aqui, apesar de todo o esforço de modernização, ainda se joga
um futebol solto, com muito espaço em campo, mais lento. E nem a arte, que no
passado, compensava a eficiência dos europeus, entra em campo. Nem poderia,
pois os grandes talentos estão jogando por lá.
Quem viu,
neste domingo, Santos x Palmeiras e Real Madrid x Barcelona pôde perceber
claramente o que descrevi acima.
Será
possível modificar esse quadro?
Bom, essa é
uma longa história, que ficará para uma próxima vez...
E viva o Santos, que hoje garantiu a primeira colocação no Paulistinha, derrotando o Palmeiras por 2x1, com um time cheio de Meninos da Vila.
Quanto tempo
eles ficarão no Brasil?
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