O Atlético de Bilbao tem a limitação de só jogar com atletas
bascos e ainda está mal no atual campeonato espanhol. Mas, mesmo enfrentando um
adversário relativamente fraco, dá gosto de ver os rapazes do Barcelona
ocupando todos os espaços do campo, se deslocando constantemente para receber
passos rápidos e precisos e chegando ao gol com facilidade. Eles nem têm mais o
maestro Guardiola na batuta e continuam jogando igual com o substituto que era
assistente de Guardiola.
O atual time do Barcelona, que nos atropelou no Japão, é
fruto de um processo que vem de longe, lá dos anos 80, com a passagem do ex-craque Cruyff como técnico do time,
implantando um conceito de futebol e investindo nas categorias de base, num
trabalho a longo prazo.
Recomendo o livro “Barça,
the making of the greatest team in the world”, do repórter inglês Graham
Hunter, que pode ser adquirido na Amazon.com e do “A bola não entra por acaso”, do ex-diretor do clube Ferran Soriano,
editado no Brasil pela Saraiva. Neles se vê que as coisas não aconteceram de um
dia para o outro no Barcelona. Que foi um processo com idas e vindas, disputas
internas, até dúvidas se Messi deveria ser contratado ou não. Mas que sempre
andou para a frente e deu neste time que encanta o mundo.
Santos 3 x Palmeiras 1 pelo menos nos permitiu terminar o
Brasileirão com dignidade. O Palmeiras que estava em campo era a sombra
rebaixada do grande time alviverde, mas tentou lutar. E a performance do Santos
me deixou na boca um gosto de que o time poderia ir melhor no campeonato, que
poderia ter jogado melhor mesmo nas partidas em que Neymar esteve ausente.
Fico com a impressão de que faltou trabalho técnico e
psicológico do Muricy, que tinha a expressão “aqui é trabalho” como lema,
quando estava no São Paulo. Claro que Neymar fez falta pelo excesso de
convocações pela Seleção, claro que houve perda de jogadores importantes, claro
que houve muito azar com as contusões dos novos contratados. Mas, se ao invés
de se escudar atrás dessas circunstâncias e reclamar delas, Muricy tivesse
organizado mais o time em torno dos jogadores que tinha em mãos, teríamos
terminado melhor na tabela do Brasileirão.
Houve também falha de percepção e planejamento por parte do
Comitê de Gestão (CG). Já se admite dentro do clube algo que escrevo aqui há
tempos: falta um executivo competente no futebol, hierarquicamente situado
abaixo do CG e acima do técnico, alguém com profundo conhecimento do esporte,
de jogadores, que assimile o conceito de DNA ofensivo do Santos e tenha uma
visão de curto e longo prazos. Na atual gestão nunca houve um profissional
assim.
A falta de um profissional desse tipo e a escassez de
recursos financeiros no começo de 2012 impediram que houvesse a renovação
necessária ao elenco e a possibilidade de contratação de jogadores melhores do
que os que vieram para jogar ao lado de Neymar e para segurar o time quando ele
não estivesse disponível.
O CG também está às voltas com variadas frentes de trabalho.
A principal deles é a sua própria implantação, resultado da mudança do estatuto
do clube, que resultou na democratização da vida política do Santos – esta uma conquista inestimável. O comando do
Santos é composto hoje por um Comitê de Gestão com um presidente e vice, que
comandam executivamente o comitê, e outros sete membros, escolhidos pelo
presidente, que participam de reuniões semanais (às quarta-feiras).
Abaixo deles, começaram a trabalhar este ano dois
superintendentes contratados, um para a área administrativa e outro para a
esportiva. Estes comandam os gerentes, também profissionais, que cuidam dos
assuntos relativos às áreas das superintendências. Esta estrutura complexa, idealizada
a partir do conceito de governança corporativa, não está azeitada, roda com muita
areia nas suas engrenagens. E está deixando muito a desejar em matéria de
eficiência, em vários setores, como marketing, comunicação, ingressos, além de
algumas das questões de futebol referidas acima.
As críticas desfiadas até aqui se referem à atuação do
comando do clube em 2012, depois das grandes conquistas de 2010 e 2011, dois
paulistas, Copa do Brasil, Libertadores e ainda neste ano o tri-paulista e a
Recopa Sul-Americana. São conquistas brilhantes e inesquecíveis. E dois feitos
importantíssimos devem ser sempre ressaltados e sempre aplaudidos: na área de
futebol a permanência de Neymar no Santos e no Brasil; na financeira, o superávit
operacional e o equacionamento das dívidas do clube, principalmente com o
ex-presidente Marcelo Teixeira.
O Barcelona de hoje, o melhor time do mundo, é resultado de
um processo, longo e com norte definido, mas com tropeços como os do ano
passado quando o time não conquistou títulos importantes, só para citar uma
temporada recente.
O Tri-Campeão das Américas também voltará a brilhar, depois de seis títulos conquistados , já que o norte está ficando mais claro.
O Tri-Campeão das Américas também voltará a brilhar, depois de seis títulos conquistados , já que o norte está ficando mais claro.
Vamos lá, Sannnntttoooossssss!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Caro Serrano, mais uma boa análise sobre a situação do Santos FC.
ResponderExcluirO que eu não entendo nesta diretoria é manter um técnico que não gosta do "DNA ofensivo" e muito menos de trabalhar com a base.
Trouxemos inúmeros cabeças de bagre, gastamos dinheiro e poderíamos usar a base para completar o elenco. Ou será que nossos meninos estão abaixo de Bill, Galhardo, João Pedro e cia Ltda?
Torço muito para que esta atual diretoria, vista o casaco da humildade e trabalhe melhor para a próxima temporada, afinal de contas nossas campanhas nos últimos Campeonatos Brasileiros tem sido pífias e sofríveis.
Vamos lá Santos!
A gestão não é profissional, a gestão é amadora. Executivos que não vivem o dia dia da empresa são especialistas no que??? Eles tem alguma condição de avaliar o elenco? o trabalho do Muricy? Eles não podem avaliar nem o trabalho de limpeza do clube, quem não trabalha no clube não pode administrar o clube, eles podem ser conselheiros financeiros, mas jamais poderiam ter poder de decisão sobre tudo no clube. Contratar um executivo para o futebol, depois de três anos perceberam isso? Do que adianta contratar um especialista e ele ter que explicar para 7 pessoas que não assistem jogos de futebol que terão que decidir se aceitam ou não a sugestão sem conhecimento nenhum do que estão decidindo?
ResponderExcluirConcordo com Marcelo Uezu, a colossal maioria dos torcedores não liga para o endividamento do clube do coração. Se fosse assim os torcedores do Flamengo ou do Vasco já teriam incendiado os clubes com os cartolas dentro. O torcedor quer saber de acordar na segunda-feira e tirar sarro dos colegas de trabalho ou de escola. Ninguém chega e diz: "o seu time é mais endividado que o meu lerolero!!!!". O comitê de gestão tem que trabalhar para equacionar a dívida do clube? claro que sim, mas também tem que levar em conta que a torcida é paixão pura. Perder o Montillo pra quem quer que seja vai minar ainda mais a confiança que a torcida tem na diretoria e se for pra fazer contratação no desespero e trouxer perna de pau então fecha o Departamento de futebol e investe no PingPong...
ResponderExcluirSerrano, você que possui "trânsito livre" e contato com a diretoria do SFC... já que a pergunta de um sócio adimplente nunca é respondida, poderia fazer uma perguntinha para eles e também, se não for de muito incômodo, para os membros do comitê de gestão?
ResponderExcluirPor que o tal Vassimon pediu pra sair? Isso tem alguma coisa a ver com o fato de o Santos ficar levando chapéu atrás de chapéu de times igualmente endividados como nós? Um grande abraço. Daniel Santos Andrioli. Sócio 46327.