Santos FC

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sábado, 30 de maio de 2015

De Pelé a Messi, o futebol encanta. Mas resistirá a tanta corrupção?


Tive a felicidade de acompanhar ao vivo as jogadas geniais de Pagão, Pelé e Pepe, o PPP, pelos campos de futebol no final da década de 50 e começo da de 60. Dois craques ao lado de um gênio, Pelé.

O trio se modificou com a saída de Pagão e a chegada de Coutinho e continuou tão brilhante quanto, encantando a todos os santistas e aos amantes do futebol. Sempre encontro torcedores de outros times que iam aos estádios só para ver o Santos jogar – não importando contra quem ele jogava. Iam ao estádio para ver o espetáculo que o trio apresentava.

Este ano um trio vem encantando os amantes do futebol. Lá na Europa, é claro, apesar de serem todos sul-americanos, Messi, Neymar e Luís Suarez, o gênio argentino e os craques brasileiro e uruguaio. Oriundos  dos grandes rivais sul-americanos, eles encantam a Europa e o mundo.

Quem aprecia futebol para para vê-los. E neste sábado teve o privilégio de ver um espetacular gol de Messi, o primeiro contra o Athletic Bilbao, na final da Copa del Rey, na Espanha. Na jogada, estiveram presentes todos os atributos de um gênio em campo: a determinação em superar a marcação homem a homem, os toques sutis dos dribles em espaços diminutos, deixando para trás três marcadores, a velocidade no arranque, a visão da pequena brecha disponível no gol para enfiar a bola nas redes.

Lembrou Pelé.

Comemorei o gol, tomado pela beleza da jogada, com entusiasmo crescente a cada toque e drible inacreditável e impossível.

É esse  encantamento que gera a paixão pelo futebol, fazendo-nos superar os problemas e as falcatruas que envolvem a administração desse esporte que encanta o globo há mais de século.

Quem já teve a oportunidade de vivenciar a administração de um clube, como eu, na condição de conselheiro do Santos nos últimos cinco anos, aprende que o jogo de poder  em torno de um clube é complicado, pesado e nem sempre leva em conta os interesses maiores da instituição. O time corre em campo, de vez em quando dá enormes alegrias à torcida, quando ganha títulos, mas no entorno muita gente se locupleta.

Basta acompanhar a transferência de Neymar para o Barcelona, negócio que vai entrar em nova fase de litigio com a decisão do Santos de entrar na Justiça em busca de direitos seus que julga terem sido lesados. Justamente o meu Santos e este Barcelona cujo time é tão admirado atualmente. Dois times da história do futebol com administrações e empresários envolvidos em um negócio nebuloso, que contrasta com o que as suas equipes apresentaram e apresentam em campo.

O que esperar de diferente quando a entidade maior do futebol, a FIFA, explode no noticiário policial? O mal é estrutural. Nasce lá em Zurique e se espalha por todos os cantos do globo.

Nos tempos do PPP do Santos, a FIFA, comandada pelo inglês Stanley Rous, era uma entidade eurocêntrica, que organizava Copas do Mundo que, vistas de hoje, parecem competições amadoras. Nestes tempos do encantador trio do Barcelona, pós João Havelange e com seu herdeiro Joseph Blatter,  a organização de uma Copa do Mundo, por uma FIFA global,  envolve interesses geopolíticos e bilhões de dólares.

Dos anos 50 até hoje, a FIFA, os negócios e o dinheiro envolvidos no sistema e a corrupção cresceram exponencialmente.

Dentro de campo, de Pelé a Messi, jogadores e times continuam nos encantando por igual, alimentando a paixão pelo futebol.


Mas não há paixão que resista a tanta corrupção, especialmente quando ela se escancara aos olhos de todos – e não é expulsa de campo.

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